domingo, 30 de setembro de 2007

Ainda as férias: Praia da Rocha

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Há locais que falam por si - ou, como é o caso, em que as imagens afastam as palavras.
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terça-feira, 25 de setembro de 2007

O melhor dos melhores

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Esta publicação pretende responder a uma do Movimentar. Aí se afirma que, se a Ginástica fosse fácil, chamava-se Futebol. Concordo. Mas o desporto pode ser um fenómeno, se encontrarmos o seu exemplar mais próximo da perfeição.
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Bobby Ficher tem um lugar de destaque nessa galeria (se o Xadrez é um desporto, claro). Campeão do mundo que arrasou a concorrência, dele se diz que antecipava 8 a 10 lances, entre as possibilidades de jogadas do adversário e as suas respostas a cada uma. Um jogador de topo não chega às 5 antecipações. Mas só demonstrou o seu excepcional talento por uma vez ...
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Nadia Comaneci terá sido, também, um desses raros seres. Sou uma pessoa mais feliz por ter podido assistir ao seu estrondoso triunfo, já lá vão muitos anos. Mas o seu triunfo foi algo fugaz. talvez porque a Ginástica não é compatível com o passar dos anos, não sei.
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Ambos se destacaram em desportos eminentemente individuais. Isso ajuda.
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Merkx ou Amstrong, no Ciclismo, e Pélé ou Maradona, no Futebol, são outros bons exemplos, mais duradoiros, mas não tão marcantes - afinal, cada um deles foi apenas 1 no meio de 11 ou de dezenas. Entre tanta gente, é difícil brilhar em plenitude.
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Talvez por isso, e ainda porque foi o desporto que abracei, o nome maior, para mim, seja o de Michael "Air" Jordan. Começou nos Jogos Olímpicos de Barcelona, reinou por uns dez anos, saiu por um ou dois para descansar da alta competição, regressou e, mais uma vez, apenas para confirmar, foi de novo o melhor jogador do planeta. Também testemunhei a sua carreira e, sobretudo, esse fantástico último ano. Na final, na sua equipa de sempre, os Chicago Bulls, no último período de jogo, assumiu as despesas do jogo e carregou tudo e todos até ao título. Foi uma coisa assombrosa, que nunca mais esquecerei. Em todos os ataques, os seus companheiros entregavam-lhe a bola e deslocavam-se para um canto, deixando-lhe a maior parte do espaço para o seu solo. Que assumiu. E actuou. Batendo todos os adversários, um a um ou em grupo.
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Fica aqui um tributo que lhe fizeram. Aponto só duas ou três pequenas particularidades:
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Voa para o cesto desde a cabeça do garrafão, o círculo de onde se concretizam os lances livres.
Os outros jogadores só aí abandonam o batimento da bola e ainda dão dois passos, antes de subir, em busca do aro apetecido. Ele tinha asas, onde os outros caminhavam. E caminham.
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Não era um jogador pequeno, antes pelo contrário - e, no entanto, tinha a agilidade dos mais magros e a força dos mais pesados. Passava pelo mais pequeno espaço e impunha a sua presença face a qualquer adversário. Todas as soluções estavam na sua mente e eram executadas pelo seu corpo.
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Quando não existia solução para passar, fazia uma coisa que eu tentei vezes sem conta, sem conseguir (eu nunca fui jogador de topo, mas tentei muito!): lançava a bola para a frente, em direcção ao cesto, tendo o corpo a deslocar-se em sentido contrário, voando para trás, dessa forma afastando-se do(s) adversário(s) directo(s).
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Nos jogos colectivos, os melhores antecipam o que vai acontecer (à semelhança do Xadrez, curiosamente). A minha memória mais marcante é de um lance livre, em que a bola não entrou - bateu fortemente na parte de trás do aro e ressaltou em sua direcção. Mas Jordan não esperou para ver se ela entrava - já estava no ar, aquando do ressalto, para a agarrar e afundar, de imediato. Todos os outros, companheiros e adversários, ficaram no chão, a ver. E a prestar, dessa forma, o tributo que o melhor merecia.

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sábado, 22 de setembro de 2007

O brilho

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Gosto dos conceitos construídos, elaborados, com metáforas a suportá-los, a embelezá-los, de tal forma que nos apetece usá-los nas ocasiões propícias, uma e outra vez.
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Também os procuro criar, sabendo o quão difícil é neste tempo de partilha absoluta, de criação frenética, de transmissão imparável e de registo simples.
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Um houve que me agradou particularmente, quando o moldei. Na altura, quando a lei de bases do sistema educativo mudou, quando as novidades, não testadas no terreno, surgiam em catadupa, numa oportunidade para intervir na análise à realidade que então vivíamos, afirmei que os Professores eram canários em mina de carvão, colocados no sistema e aí abandonados, a quem nada se perguntava, quanto à forma e ao conteúdo da acção educativa, de quem nada se esperava activamente - e que os próprios assumiam com naturalidade. De vez em quando, de longe a longe, lá vinha alguém ver como as coisas corriam. O alrme só surgiria quando vissem o canário morto. Nessa altura, começariam por fugir às responsabilidades do que tinha acontecido e preparariam outra reforma - procurando mudar as coisas, em resultado do triste evento.
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Apetece-me dizer que as mudanças que vão acontecendo são a confirmação do que previa - mas tenho que fazer mea culpa e assumir que errei. Agora, depois de nos deixarem sózinhos no campo de batalha, descobriram que ainda vivíamos. Como isso não deveria ter acontecido, escolheram a melhor forma para resolver de vez o assunto - gaseando os Professores.
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Mas deixemos as coisas tristes na mina e passemos a outra, que hoje se me revelou.
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Quando trabalhava directamente com Alunos, muitas vezes tentava mexer com a sua capacidade de raciocinar e de argumentar, de defender e contra-argumentar. Uma das fórmulas que criei e utilizava (todos sabemos que há muitas e diversas) consistia na simples pergunta, dirigida ao colectivo, que procurava saber até onde, em distância, conseguíamos ver, ou seja, qual a distância máxima que a nossa visão alcançava.
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As respostas eram, sempre, crescentes, no valor. Começavam com alguns quilómetros, depois passavam a muitos, atingiam a linha do horizonte, subiam ao sol, passavam o negrume do céu e chegavam, naturalmente, às estrelas.
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Depois vinha a parte mais importante do exercício: passar da perspectiva do que conseguíamos ver para a da capacidade para se mostrar. As estrelas eram visíveis porque tinham a capacidade de brilhar, de emitir luz, e só porque o conseguiam fazer, eram notórias aos nossos olhos.
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Também no céu relacional em que viajamos somos estrelas. Umas brilham mais que outras, havendo algumas - os buracos negros - que ninguém vê, até ser demasiado tarde. Aspiro a brilhar um pouco mais que as que me cercam, mas aceito bem ter brilho similar. Não quero ser, nunca, uma estrela sem luz. Não quero encontrar uma destas, sequer. Se isso acontecer, lutarei até ao limite das minhas forças contra a sua atracção. Nem me agradam as falsas, que brilham porque reflectem o brilho de outras, já que não são capazes de ter luz própria. Do mesmo modo, não esperem que eu assim seja.
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Digam lá se esta imagem não está deliciosa? É nestas pequenas coisas que o meu brilho se destaca ...
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quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Mais locais de sonho, por cá

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Milfontes, com a foz e as praias encravadas ou de areal extenso.
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O Parque das Águas, na Boavista dos Pinheiros, onde a serra começa a estender-se em direcção ao mar.
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Caldas de Monchique, onde a quietude se ergue em direcção ao céu.
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sábado, 15 de setembro de 2007

Costa Vicentina

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As férias levaram-me para o sul, também. Sol e calor, mar e serra.
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Estrategicamente colocado, visitei 8 ou 9 locais numa semaninha.
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Um dos mais surpreendentes, pela paisagem agreste e nórdica, foi o Cabo Sardão. Por esta altura, deveria ter sido já promovido a General Sardão.
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Que o bicho não é pequeno!
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Também a Zambujeira do Mar é um local espantoso - para quem só a conhecia de ouvir falar no festival.
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Os famosos também a procuram e frequentam. Vejam se adivinham quem é (à direita, ao fundo, com formas bem interessantes)!
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Já a Fóia faz lembrar outros montes, outras alturas. Mas não deixa de ser impressionante.
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Ainda que o nevoeiro não permita partilhar a sensação com qualidade.
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segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Barca D'Alva e S. Pedro do Sul

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No final da primeira parte das férias, rumei a dois locais que partilham a beleza da interioridade e revelam particularidades próprias e deslumbrantes:
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A pacatez de Barca D'Alva, outrora centro privilegiado de passagem, hoje esperando pelo desenvolvimento, repetidamente anunciado, da navegabilidade do Douro, para "ressuscitar" essa e outras dinâmicas.
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Ao longe, entre vales, olival e vinha, o Douro e Espanha.
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Um barco descansa no porto, recuperando forças para o regresso ao litoral.
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Rio e barragens garantes uma via de acesso a Barca D'Alva.
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Portugal visto de Espanha. Fica explicada a atracção.
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E a serenidade de S. Pedro do Sul, termas muito procuradas, em plena fase de renovação e revitalização, com os custos inerentes (obras, pó, barulho, lixo).
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O jogo da contraluz e das sombras esconde cores desagradáveis.
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Já as ruelas e casas guardam cores, sabores e aromas marcantes.
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