domingo, 30 de novembro de 2008

Para quem ama o desporto .. e a ginástica em particular

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Há uns tempos, coloquei aqui um vídeo duma ginasta que tinha atingido um nível de excepção. Coloquei-a ao lado de Michael Jordan, no topo. Não sei se fui justo. Há outras que merecem destaque. Reparem bem nesta que vos deixo. Se a Nádia se comparava a Jordan, então Olga Korbut estará ao nível de Wilt Chamberlain. E vou ter de procurar quem se assemelhe a Kareem Abdul-Jabbar ...
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Para começar, o tal Wilt. Diz-se que concretizava 199 em 200 lançamentos, nos treinos, porque não gostava de fazer "200 por cento". Era um poste excepcional, que vi, em miúdo, em filme projectado em tela, no clube onde joguei (F. C. de Gaia). No final da sua carreira fez um contrato milionário para jogar ... 5 minutos em cada uma das duas partes que o jogo, então, tinha. Mesmo jogando só este "tempinho", fazia toda a diferença:
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Mas esta Olga, meu Deus, que espanto! Apetece dizer, boa e velha CCCP (ou URSS, como quiserem)!
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Claro que Elvis Costello dá uma boa ajuda, com "She", não?
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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Mais Haicais

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Os Haicais são poemas de três versos que, no rigor das regras originais, devem ter 17 sílabas, cinco no primeiro verso, sete no segundo e cinco no terceiro. São reportados no presente e normalmente enquadram, para além dos sentimentos, a natureza nas estações do ano. Aliás, a sua organização básica assenta nas quatro estações, acrescidas do Natal.
Mas é normal e aceitável que estas regras não sejam adoptadas pelos bárbaros estrangeiros, que os tomaram como seus (ou seja, nós, os ocidentais). Importa manter, isso sim, o uso curto da palavra e a estrutura geral.
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Depois de um primeiro assomo, sem transpiração, eis outro, mais trabalhado.
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Todas as noites do ano
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Na longa madrugada,
resta no leito uma confortável quentura.
É a da soma dos corpos.
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Ralos trauteiam canções
que nos embalam no sono dos sonhos,
até o silêncio acordar.
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Leve lençol nos afaga.
O toque mais afasta que demanda
a companhia prezada.
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As castanhas desassossegam
as vontades adormecidas, repousadas, serenas.
Assim Eros se alimenta.
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sábado, 22 de novembro de 2008

Aprendizagens aceleradas

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Provavelmente, o haicai será o único poema que me atrevo a subscrever. Porque é simples e capaz de dizer tudo, em poucas palavras. Aqui vão dois ou três que me/te explicam:
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Exposição
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Como uma instalação,
exposição é o que não era.
No natal, expões-te?
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Tempo frio
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De dia, sob o sol, aqueço.
Mas a noite chega depressa, fria, e
A minha, agora, mora em casa.
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Ter e não ter
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O rio cresce, com a chuva,
como o meu prazer com a tua companhia.
Quando não, secam.
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Poema dedicado
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Escrevo um poema numa tela
Como se sentisse as cores e a textura.
É para ti que o faço.
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São poemas que se podem traduzir. Falam mais de ti que de mim, são do tempo que vivemos, poupam nas palavras e explodem no sentido. São, acima de tudo, adaptáveis.
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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Ah, sabe bem ...

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Que querem, uma vez por outra dá-me esta coisinha ...
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Canta só um pouco melhor que eu, mas cada vez aprecio mais.
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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Que saudades, Xico ...

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Neste pequeno vídeo, aparece, como um dos organizadores, um jovem chamado Pako.
Agora é Pako, na altura era o Xico, e foi um Aluno meu. Não sendo brilhante, concluiu o Secundário com alguma facilidade, não deixando de ser manguela em dose considerável.
Tinha um talento inato para uma actividade que abraçou como a sua área de trabalho. A dança, que irradiava por onde passava, vivia em cada poro da sua pele.
Agora, também organiza eventos de solidariedade. Muito bem, Xico!
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Cilquem, arranquem com o vídeo, apreciem e reparem no Pako. Ele merece.
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domingo, 16 de novembro de 2008

Andy Warhol

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Sempre senti Warhol como um artista de excepção, num mundo e num tempo de excepção. Mas só recentemente o comecei a conhecer, com alguma intimidade. Como pessoa e como artista. E vou gostando do que vou descobrindo. Para já, partilho convosco duas das suas obras (sem ser as Marilyns ou os Elvis mais divulgados) que mais me tocaram:
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Auto-Retrato, 1978
Self-Portrait
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Série Retrospectiva, Preto sobre Preto, em Negativo, 1979
Black on Black Retrospective Reversal Series
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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Eça

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Revisito, por estes dias, a Cidade e as Serras. Para os amantes, aqui vai um pequeno trecho, que me agrada particularmente:
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"... e um moço de barba cor de milho e mais leve que uma penugem, que se balouçava gracilmente sobre os pés, como uma espiga ao vento. E eu, encalhado contra o piano, esfregava lentamente as mãos, amassando o meu embaraço, quando Madame Verghane se ergueu do sofá onde conversava com um velho (...), e avançou, deslizou no tapete, pequena e nédia, na sua copiosa cauda de veludo verde-escuro."
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Se não gostaram, paciência. Eu adoro.
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sábado, 8 de novembro de 2008

Evitemos o exagero

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Porque o que é demais é moléstia, ou porque todos os excessos fazem mal, ou algo do género, volto à música. Para começar, uma actual, que fica bem em qualquer lado, em qualquer altura:
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Esta música deve ser apreciada com um bom texto e uma bebida forte, temperada com marmelada e nozes. Se não tens, vai a caminho.
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Mas voltarei ao casal das letras, prometo.
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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A obra desvendada

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Na tela branca, um traço, um fio, moldou
um retrato do que sinto, amo e sou.
O lugar, quente e privado, flutua no cordame.
Reflexos de luzes, no espelho líquido ondulado,
dobram a quietude, em grande cumplicidade.
Tabuleiro, arco, pilar. Colina que se esconde
nas sombras da hora tardia. É aí, no cais onde
tudo aconteceu. Feliz, pintei. Eis a verdade!
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Dama Teresa de Carvalhais
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O despertar da perda

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Vem a noite, sorrateira, vem cansada.
Vem a noiva, um polícia, um gato negro,
cada um por sua vez, como num quadro
desenhado por mão leve e repousada.
Nuvens deslizam, desmaiadas e barrentas
na luz cálida, sensatamente calada
que se move como as vidas, curtas, lentas,
numa curva da avenida larga e fechada.
As paredes, descoradas, são tristezas
que aí estão, sem apelo. Já as mesas,
que pontilham as praças deslumbrantes,
São esgares de pontadas lancinantes.
No negro colorido do sofrido querer
que a alma arrasta neste mundo de perder,
todos se sentem assim, quase a morrer.
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Mestre Carvalho Negral....

sábado, 1 de novembro de 2008

Outro, que trago. Seleccionado, neste tempo.

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Diálogo dos sentidos
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Numa onda de emoções naufraguei, sentida,
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Na estonteante e certeira chicotada. M’enlevo,
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Quebrada. Quero muito, aspiro tanto, dividida.
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Oh sereno, seguro, suportável porto. Devo?
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Tu, se conheces as virtudes certas, sussurra
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Uma resposta, uma certeza. Sopra, murmura.
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Nada se compara, se afirma. Nada se diz, falando.
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Dividida, és razão que comanda o coração, talvez.
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Olha para ti, de olhos fechados, sempre espreitando
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O mundo só teu. Viaja na emoção, por uma só vez
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E pesa, sem pesares, o castelo a edificar, o futuro.
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Depois, dá um passo, outro a seguir. Ergue o muro!
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Sentida, me enlevo, dividida.
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Devo? Sussurra, murmura ...
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Falando, talvez. Espreitando, por uma só vez
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O futuro, ergue o muro!
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Dama Teresa de Carvalhais e Mestre Carvalho Negral....
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