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Não sei se fiz já o que era preciso para receber a prenda de Natal.
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Não reencaminhei mails divulgando crianças desaparecidas, ou somando para as que sofrem de doença terminal, ou para mostrar o quanto gosto dos meus amigos. Ouvi dizer que não fazer seguir a pirâmide não era, forçosamente, uma boa acção.
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Não dei em peditório, só para aquela associação de cegos em que a miúda me pediu tempo e só cobrou no final, quando eu já não podia dizer que não. também parece que assim não vale ou, se valer, o facto de eu dizer cegos estraga tudo. Deveria ter dito invisuais (embora me soe a gente sem olhos mais do que a cegos. Enfim.), mas sou doutro tempo ...
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Não fui (nada) simpático com os vendedores por telefone. Tratei-os mal, sem consideração pela nobre profissão que desempenham. Mas também aqui parece que pode ser errado tratar mal quem nos incomoda sistematicamente.
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Acredito mais depressa no Pai Natal que nas promessas dos eleitos. Também aqui parece que não fiz grande coisa!
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Bom, por força desta minha indecisão quanto ao que (não) fiz, vou tratar mal uma tradição que é parva. Não por ser tradição, mas por ser parva. Embora o vídeo não seja uma coisa do outro mundo, serve. Não sendo um fundamentalista, acho que esta tradição deve perder-se nos confins da memória ... escrita.
E tenham um santo e indolor Natal. São desejos sinceros, para garantia da prenda.
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